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Entrevista ao Actor Ivo Canelas



Participou no filme “Florbela” e na série “Perdidamente Florbela”, de Vicente Alves do Ó, como irmão da Florbela Espanca. Para si, como foi dar vida ao Apeles Espanca e poder representar esta enorme ligação de amizade e conhecer melhor a obra da Florbela?

Foi fantástico. Tive muito prazer em trabalhar com o Vicente Alves do Ó e com a Dalila Carmo (e com toda a equipa) esta complexa relação entre estes dois irmãos que tanto se amavam, como se pode ver pela sua correspondência.

Já foi dirigido por Fernanda Lapa, Diogo Dória, José Wallenstein e Jorge Silva Melo. Tem trabalhado muito em Nova Iorque. Que experiências e aprendizagens tem adquirido dos seus estudos e trabalhos em Nova Iorque e do seu trabalho com estes e outros encenadores?

Cada trabalho é um processo diferente. Cada equipa cria a sua própria forma de trabalhar. Aprendi que é preciso estar muito disponível para criar com pessoas com quem nunca trabalhamos em processos com (normalmente) muito pouco tempo de preparação.

Na série “Liberdade 21”, representou o papel de Afonso Ferraz, um advogado depressivo e obcecado pelo trabalho e pela ex-mulher, com graves conflitos com ela e uma certa distância do filho. Como foi preparar e entrar nesta personagem com uma paixão enorme pela ex-mulher e pelo filho, mas com um grande conflito interior e incompreensão pelo facto de a ex-mulher seguir a sua vida?

Tentei não esconder muito do que naquele momento da minha vida estava a sentir. Por vezes,as circunstâncias da vida pessoal são semelhantes às do personagem e não é preciso criar muito. Basta não esconder.

Participou igualmente no filme “Os Mistérios da Estrada de Sintra” como Eça de Queiroz. Dar vida a um dos escritores mais importantes da nossa história tem algum significado para si? Foi enriquecedor poder conhecer melhor o seu trabalho e a sua vida?

Sem dúvida. Foi um enorme prazer investigar e representar uma personagem tão interessante como o Eça de Queirós

Já passaram alguns anos desde que entrou no Fura Vidas. O que é que este trabalho com o Canto e Castro, Miguel Guilherme e Ana Bustorff ainda representa para si?

Tenho muito carinho e amizade pelas pessoas com quem trabalhei neste projecto. Foi o meu primeiro trabalho em televisão.

Representou Bertolt Brecht, Shakespeare, A Rainha Margot e representou para Manoel de Oliveira, Jorge Paixão da Costa, Joaquim Leitão, Marco Martins... Que papel tiveram no seu desenvolvimento enquanto actor estas participações e o facto de ter contracenado com grandes nomes como os que foram mencionados acima?

Tentei aprender com todos eles (e com tantos outros).

Quais são os seus sonhos para o teatro, cinema, cultura e para Portugal?

Que continue a conquistar novos públicos. Que nos faça sonhar e pensar cada vez mais e melhor. E que nos faça sonhar e pensar cada vez mais, melhor e mais próximos uns dos outros.

Obrigado pelo seu tempo, votos de bom trabalho.

Projecto Vidas e Obras

Entrevista: Pedro Marques

Correcção: Fátima Simões

26 de Março de 2017

26 de Março de 2017

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