top of page

Entrevista ao Cantautor Samuel Quedas

Entrevista a Samuel Quedas (Cantigueiro)

1 - Quais são as melhores lembranças que tem da sua vida de músico, das sessões de canto livre e dos concertos na Festa do Avante?

As ocasiões em que aqueles que era suposto apenas ouvirem... resolveram cantar em coro.

2 - Hoje há muito menos músicos de intervenção do que havia há 30 ou 40 anos. Em sua opinião, a que se deve esse facto?

Ao facto de ser muito mais fácil não o ser. Ao facto evidente de ser mais rentável vender as convicções no mesmo pacote das letras e das músicas.

3 – Que significado teve para si ir mostrar as suas músicas ao Zeca Afonso? Sentiu algum medo que ele não gostasse dos seus trabalhos?

Claro... como sempre que se mostra uma obra nova, acrescentado o facto de estar a fazê-lo àquele que era então – e seria para sempre – o modelo a seguir.

4 - Poderá hoje haver um novo Salgueiro Maia ou um novo Zeca Afonso?

Claro que sim... mas com fortíssimas probabilidades de ser “crucificado”, como foi o “outro”.

5 - Que balanço faz da sua participação no cd “Abril, Antes de Abril” e no Festival da Canção e o que pensa do facto de Portugal não participar este ano no Festival Eurovisão da Canção?

É sempre bom lembrarem-se do que fazemos, mesmo que seja para integrar colectâneas. Sobre a Eurovisão... não penso nada. Não é coisa que consuma. O Festival da Canção português...esse faleceu.

6 - Com quem gostaria de voltar a partilhar o palco?

Evitando a tentação sentimentalona de responder “o Zeca e o Adriano”, gosto sempre de partilhar o palco com quem anda pelos mesmos trilhos musicais.

7 - Acha que muitos dos projectos ou movimentos criados após a Revolução dos Cravos, como o GAC ou o Canto Livre, e os programas que ensinavam as pessoas a ler deveriam ter continuado a intervir?

Assim como não há uma altura em que se possa decidir que já não vale a pena respirar, também não há um dia para deixar de intervir culturalmente. Se acontece, tal como no caso da respiração... morre-se!

8 - O que é que ainda se pode fazer para que não acabem com o que resta da cultura portuguesa, respectiva identidade e língua?

Entender que não basta dizer-se que se gosta muito. Ser militante da cultura. Fazendo, consumindo, divulgando.

9 - Concorda com o Manifesto para a cultura e o respectivo 1% do orçamento?

Sob este regime em que vivemos... é um sonho bonito!

10 - Já passaram 5 anos desde que criou o blogue http://samuel-cantigueiro.blogspot.pt./Como é que surgiu essa ideia?

Do nada, como quase sempre. Apenas para falar de umas músicas de que gosto, daqui e dali... depois a coisa transformou-se. Não sei se para melhor.

11 - Estava à espera de ter uma recepção tão boa por parte dos leitores?

Nem por brincadeira. Ainda hoje me pergunto por que cargas de água hão-de cerca de mil pessoas por dia, em média, ler aquilo que escrevo.

12 - Durante este tempo, sente que tem conseguido levar avante a mensagem que pretende e promovido os artistas e a música como gostaria?

A fase em que falava de artistas e das suas criações está (provisoriamente) suspensa. Regressará... em tempo. Sobre a “mensagem”... nada sei do que vai na alma dos leitores.

13 - Para quando um novo cd e concertos?

Um novo CD, quase exclusivamente de inéditos meus, está em preparação. Os concertos vão-se seguindo... já que desde 1972 que vivo exclusivamente de cantar e da música que faço.

14 - Que projectos tem para o futuro?

Não morrer! O resto virá por acréscimo.

Projecto Vidas e Obras

Entrevista por: Pedro Marques

Correcção por: Fátima Simões/j amadora

23 de Outubro de 2013

22 de Outubro de 2013

Recent Posts 
bottom of page