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Entrevista A Joana Silveira – Com Defeito De Fabrico

  • projectovidaseobras
  • Jun 30
  • 3 min read
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Criou a ferramenta no instagram “Como Lidar Com Quem Não Sabe Lidar De que forma esta ferramenta pode ajudar a lidar com a forma preconceituosa, inferior e retrógrada como as pessoas sem deficiência olham para as pessoas com deficiência?


Resposta: Eu uso o humor como mecanismo de defesa e é nisto que se baseia esta ferramenta. Devolver o desconforto que tentam associar à nossa deficiência e ter uma abordagem pela positiva.


Alertou no instagram “Mentiras Que Nos Contam Quando Temos Uma Deficiência.” Que impacto é que estas mentiras têm nas pessoas com deficiência?


Resposta: Acho que para as pessoas que não estão acostumadas a lidar com a deficiência, é esperado que todos sigamos os mesmos padrões e estilos de vida. Na realidade uma pessoa com deficiência, com o apoio e ferramentas adequadas, pode ter praticamente qualquer profissão ou hobbies que se enquadrem nas suas preferências pessoais. Ver mais pessoas com deficiência na internet a viver vidas positivas e felizes é a melhor forma de contrariar esta forma de pensar.


Participou no evento “Práticas Pedagógicas Inclusivas” Que importância teve para si participar neste evento com , dinamização do @institutonacionalreabilitacao e Casa Pia De Lisboa na Biblioteca Palácio Galveias?


Resposta: É de extrema importância participar e divulgar eventos destes. Neste caso em concreto, as Práticas Inclusivas vão de encontro ao tema da minha Tese de Doutoramento e à minha outra profissão a tempo inteiro que é a de ser Mãe. Adoptar práticas inclusivas desde o ensino pré-escolar poderá abrir portas a crianças com todo o tipo de necessidades específicas.


Fez estes dois vídeos “POV: A Tia Arlete Conhece Uma Pessoa Com Deficiência Pela Primeira Vez/A Tia Arlete Contra-Ataca.” De que forma se pode mudar esta visão da Tia Arlete de menorização e preconceito da pessoa com deficiência?


Resposta: A tia Arlete representa a típica tia portuguesa com pouca informação e acesso à temática da deficiência. Provavelmente se as minhas inspirações para este vídeo conhecessem a "tia Arlete" iam ficar mais ofendidas do que esclarecidas. A mudança faz-se gradualmente mas nada como apontar o que está a ser mal feito para que se possa fazer melhor no futuro.


A partir do convite da @nep_ue Núcleo de Estudantes de Psicologia da Universidade de Évora participou com a Inês Da Silva – Espera Sentada na Sessão: Ser Diferente É A Norma: O Impacto Do Preconceito De que forma pode ser uma ferramenta para como alerta para o impacto do capacitismo e como mudança de mentalidades?


Resposta: Normalizar é a chave para o fim do preconceito. A partir do momento em que estão duas mulheres com deficiência a dinamizar uma palestra numa instituição de Ensino Superior, com uma sala cheia a assistir, penso que estamos no caminho certo para mudar mentalidades.


Iniciou a Rúbrica em Junho De 2025 “Pessoas com deficiência na TV - Parte 1” De que forma é possível combater a desvalorização da pessoa com deficiência e o aproveitamento que fazem dela para poderem ter mais audiências?


Resposta: A minha primeira resposta seria deixar de aceitar convites que nos vão colocar em análise à luz do preconceito e do sensacionalismo. Reflectindo melhor, penso que devemos ocupar esses palcos para mostrar precisamente o que não se deve fazer. "Nada sobre nós, sem nós". E as próprias pessoas com deficiência devem ser as primeiras a educar sobre deficiência.


Publicou no instagtram “Será Importante Falar sobre deficiência Ou Vocês-Também—Hoje-Em-Dia-Não-Se-Pode-Dizer-Nada?” Em que medida pode mudar mentalidades, e comportamentos e eliminar preconceitos em relação às pessoas com deficiência?


Resposta: Normalizando a ideia de que as pessoas com deficiência estudam, chegam a altos cargos, namoram, divertem-se, casam, têm filhos... A narrativa da pessoa com deficiência a viver em casa dos pais e com a instrução básica está cada vez mais longe da nossa realidade.


Criou a Página Com Defeito De Fabrico em Dezembro De 2021. Como tem sido desmistificar tabus, preconceitos, criar ferramentas, combater o capacitismo através do humor? O que tem aprendido e o que a tem motivado?


Resposta: Motiva-me saber que a minha filha (com 4 anos) olha para mim como um exemplo, que não sente vergonha do meu braço, que convive em espaços físicos com pessoas como eu, que sou convidada para participar em projectos com impacto dentro e fora de fronteiras. É maravilhoso ver o meu trabalho reconhecido!




Obrigado pelo seu tempo, votos de bom trabalho.


Projecto Vidas e Obras

Entrevista: Pedro Marques

30 De Junho De 2025


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