top of page

Entrevista A Susana Banha - Psicóloga Clínica e Da Saúde

É Psicóloga na Centro de Recursos para a Inclusão da APPC de Faro. Foi, igualmente, Técnica de Inserção na Associação de Saúde Mental do Algarve. O que a tem motivado a trabalhar na inclusão e inserção de pessoas com deficiência e de pessoas com problemas de saúde mental?

O que me motiva é o acreditar no potencial que cada pessoa traz consigo e que a torna única no mundo.

Faz parte do Movimento de Apoio à Problemática da Sida (MAPS). Para si, como é trabalhar esta problemática tão delicada através do movimento MAPS?

Trabalhar esta problemática trouxe-me a possibilidade de trabalhar em mim muitos dos preconceitos e padrões de pensamento que tinha sobre a temática em si, permitiu tornar-me uma pessoa menos preconceituosa, mais generosa e sem tantos julgamentos. Pois, existe uma grande dor e uma história por detrás de cada uma daquelas pessoas.

Foi instrutora de desenvolvimento internacional como voluntária no “Humana People to People Índia”.

Que importância deu ao seu trabalho de instrutora e seu trabalho de voluntariado para o povo indiano?

Estive um ano num programa de voluntariado internacional no College for International Co-operation and Development (CICD), no qual a parte mais prática foi mesmo ingressar durante 3 meses num projecto humanitário no terreno, neste caso na Índia.

Esta experiência foi muito mais do que uma aprendizagem ou voluntariado para com o povo indiano, foi uma doação em que recebi tanto ou mais quanto o que dei.

Aprendi tanto ou mais do que ensinei, senti em mim o que é viver sem nada ou quase nada e ainda assim ser feliz e não reclamar e sorrir todos os dias, pois cada dia é uma dádiva que nos é dada.

O povo indiano é para mim um mestre, um grande mestre, mas atenção, apenas para quem vai e está de coração aberto a receber, pois nós voluntários não vamos só dar, vamos sobretudo receber, muitas aprendizagens, muitas lições.

O que tem aprendido com esta experiência?

Aprendi a tornar-me Humana, verdadeiramente Humana.

Na Associação PAS tem, entre outras tarefas, a de psicóloga do desenvolvimento em projectos de desenvolvimento humano, intervenção em crise, oficinas e palestras, consultas de psicologia clínica, acompanhamento psicoterapêutico e avaliações psicológicas. O que nos pode dizer sobre este processo e experiência na PAS?

A Associação PAS tem a sua génese numa experiência de vida de superação, é o resultado prático de um grande trabalho de desenvolvimento interno, de desenvolvimento humano de todos os que fazem parte da sua criação. A Associação PAS resultou da aplicação do Modelo de Empreendedorismo Emocional, modelo pelo qual a associação se rege em todas as suas actividades e serviços.

A minha experiência e envolvimento na criação da PAS começou quando decidi descobrir quem eu sou e transformar a minha vida, a partir daí encontrei a Ana e, na altura o projecto por ela criado. Comecei a fazer o meu processo interior através das atividades e terapia da PAS, já com as directrizes do Empreendedorismo Emocional.

Neste momento sou Psicóloga da PAS, e para além de fazer parte da equipa terapêutica, sou também monitora da actividade Respiração em Movimento –Desporto, desenvolvo palestras sobre o Outro Lado da Perda, estou envolvida também nos projectos de sustentabilidade e nos projetos educacionais da Associação PAS.

O que dou à Associação esta dá-me em dobro, pelo tanto que já cresci, já aprendi e já me superei enquanto ser humano. Hoje já não sou a mesma Susana que há uns 7 anos atrás, hoje posso dizer que sou a Susana, a verdadeira Susana, que acredita, que planeia, que é determinada e concretiza o que tem de ser concretizado para o bem maior. A minha experiência na Associação PAS resume-se num enorme preenchimento interior, só conseguido quando nos permitimos desenvolver através da transformação das nossas emoções, e a partir daí traçar o nosso sonho, o nosso plano e concretizá-lo. A própria associação é o resultado prático do nosso desenvolvimento e crescimento humano através do Modelo de Empreendedorismo Emocional. Hoje estou verdadeiramente ao serviço, ao serviço do mundo e consequentemente de mim mesma.

Em que é que este trabalho pode melhorar, desenvolver e evoluir as pessoas com quem trabalha?

Todo o trabalho desenvolvido pela Associação PAS tem por base o modelo de atuação Empreendedorismo Emocional e por conseguinte qualquer que seja actividade ou actividades em que a pessoa participe já está desenvolver-se enquanto ser humano. Assim o Empreendedorismo Emocional® trabalha a esse nível tornar a pessoa Humana, através das emoções e de colocar em prática as inteligências múltiplas. Ou seja, há sempre um trabalho de estrutura emocional que ajuda a pessoa a auto-conhecer-se melhor para assim desenvolver as suas inteligências e transformar as suas emoções. Desta forma, através da colocação em prática das emoções, podemos então alcançar os nossos sonhos, sentirmo-nos preenchidos e felizes.

Como é que a história de vida da Ana a inspirou e nos pode inspirar a nós, e que impacto pode ter no nosso dia-a-dia?

Primeiro é importante perceber-se como cheguei à Ana. Desde criança que eu sempre tive grandes questões a palpitar na minha cabeça, quem somos nós? E o que é o universo? Afinal o que é isto tudo? Será realidade, será sonho? Estas eram as questões que já em tenra idade borbulhavam no meu pensamento.

Entretanto a vida desenrolou-se, fui crescendo e em determinada altura estas questões ficaram arrumadas numa gaveta na minha mente. No entanto chegada ao 12º ano escolho seguir o curso de psicologia e assim iniciei uma caminhada que veio novamente despertar as minhas grandes questões. Concluí o curso, fiz mais formações, tirei o mestrado, comecei a trabalhar como psicóloga clínica e formadora. Os anos iam passando, embora já com muitos cursos, muitas leituras, muito estudo e já alguma experiência prática com os pacientes, sentia que faltava algo, precisava de mais, de conhecer-me melhor a mim mesma, de desbloquear emoções em mim. Precisava de fazer algo mas que nem as formações, nem as leituras assíduas de grandes cientistas me estavam a ajudar nessa busca.

Foi então que decidi procurar terapia para mim, mas não na psicologia tradicional, pois queria ir mais além, aprofundar o conhecimento de mim mesma e foi nessa busca de sentido para mim que encontrei a Ana, que de alguma forma já estava ligada ao meu local de trabalho na altura. A empatia foi imediata e comecei muito gradualmente (e até poderia dizer lentamente) a conhecer a Ana e o trabalho que desenvolvia no âmbito do desenvolvimento humano, e sendo eu extremamente crítica e analítica comecei aos poucos a sentir que o que ela fazia era realmente muito válido, eficaz e poderoso do ponto de vista terapêutico. À medida que ia conhecendo melhor a Ana fui percebendo que também ela estava neste caminho do desenvolvimento humano devido a uma fase muito dolorosa da sua vida, que a colocou perante a sua própria morte e que a partir daí fez uma escolha: ser quem ela era e assumir o seu propósito de vida. Através desta escolha de fazer um trabalho emocional profundo, conseguiu auto-curar-se, superar-se e encontrar o seu propósito, o seu caminho de vida e agora ajuda, ensina outros a superar-se, encontrarem o seu empoderamento e a serem líderes da sua vida.

Tudo me fez sentido, pois na altura eu própria enquanto psicóloga clínica já exercia psicologia muito baseada e influenciada pelos modelos existencialistas da psicologia, nomeadamente pela logoterapia. Esta tem a sua génese também numa experiência de superação e que a partir daí resultou a primeira ciência especializada no sentido da vida. Comecei a perceber que o modelo terapêutico usado pela Ana era também ele fruto, de uma experiência de superação e mais tinha tudo aquilo em que eu própria acreditava, ir mais além do gabinete ser uma terapia que nos leva a colocar em prática no nosso dia-a-dia aquilo que vamos trabalhando em gabinete e fora dele (sessões indoor e outdoor).

E iniciei então o meu processo terapêutico com a Ana, até hoje ela continua a ser a minha terapeuta, e já lá vão 7 anos.

A história de vida da Ana trouxe ao mundo o Empreendedorismo Emocional®. Trouxe a todos nós a possibilidade de crescermos interiormente através das nossas emoções, descobrirmos o nosso diamante interior (dom, talento) que é único e colocá-lo ao nosso serviço e de todos. Ajuda-nos a encontrar o nosso sentido de vida e colocar em prática todas as nossas inteligências, tornando-nos assim líderes da nossa vida.

Quais são os seus sonhos para Portugal?

Bem, os meus sonhos vão muito mais além, não se limitam a Portugal, mas de momento é aqui em Portugal que estou a construir o meu sonho através da Associação PAS, e pretendo que esta ganhe cada vez mais estrutura, solidez e robustez a todos os níveis para continuar a levar a todos, à sociedade em geral, a capacidade e as ferramentas para nos tornarmos verdadeiramente Humanos. E, assim conseguirmos viver emocionalmente preenchidos, em equilíbrio e felizes. Pois, se cada um de nós se conseguir transformar na sua melhor versão, a sociedade evolui e avança. É isto que quero para Portugal e para o mundo.

Susana Banha Psicóloga Clínica e da Saúde, na Associação PAS

Obrigado pelo seu tempo, votos de bom trabalho.

Projecto Vidas e Obras Entrevista: Pedro Marques Correcção: João Aristides Duarte

06 de Julho de 2020

06 de Julho de 2020

Recent Posts 
bottom of page