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Entrevista à Artista Ana Negrão



Pintaste várias personalidades importantes da nossa sociedade como o Gandhi, Édith Piaf, Charlie Chaplin e Miguel Torga. O que é que te inspirou nessas personalidades que te motivou a mostrar o teu apreço por elas e a pintá-las?

Há personalidades que marcam pela sua coragem e determinação. Não sendo retratista, abraço sobretudo desafios e novas possibilidades ao pintá-las.

A tua forma de transmitir os valores que são dignificantes para ti é dando grande relevância aos pormenores da vida, aos sentimentos, à força e à partilha?

“ Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nó nos fazemos. “

A arte tem sido uma experiência magnífica, movida na partilha de alegrias e sofrimentos, sentimentos que nos minam e nos fazem sentir vivos. A mensagem que passo é uma reflexão sobre as minhas experiências onde transmito uma linguagem universal despertando nos outros todos esses valores.

Trabalhas como professora/animadora de ATL. De que forma é que as várias actividades e jogos que fazes com as crianças e o facto de estares com eles diariamente te inspiram? É uma forma de aprendizagem para o trabalho que fazes na pintura e poesia?

A minha relação com as crianças passa essencialmente pela partilha de saberes. Inspiram-me pela sua genialidade ainda imaculada e essa pureza reflecte-se em alguns dos meus trabalhos. Em relação às actividades praticadas preocupo-me não em ensinar mas em transmitir a importância e o valor que cada uma delas tem enquanto seres humanos.

Tens dois trabalhos alusivos ao 25 de Abril, um deles feito para a EB1 da Branca. Consideras que é essencial abordar o tema do 25 de Abril para quem vê as tuas pinturas e principalmente para as crianças? De que forma é que a revolução e esta data são importantes para ti?

Estagiei nesta escola durante nove meses evoluindo diariamente de forma pessoal, estive receptiva às diferenças de cada criança no seu próprio universo e por respeitar isso acabei por lhes transmitir os valores da Liberdade, que não é mais do que a união de uma comunidade.

Hoje faço voluntariado na mesma escola pois sinto-me responsável pela continuidade desse trabalho, que me mantém viva.

Tens várias fotos em que o corpo feminino está representado. Qual é a tua motivação para mostrares os corpos nus femininos? Para ti é essencial mostrar o corpo e a sua naturalidade?

Para além de ser mulher é no corpo que exploro e vivencio novos despertares de que todos fazemos parte sem olhar o nu com preconceito, aceitando essa naturalidade e tudo o que ela representa na sua total dignidade.

Quais são os teus sonhos para Portugal?

Citando Bob Marley, “só há uma coisa que eu quero muito, que a Humanidade seja unida”.

Obrigado pelo teu tempo, votos de bom trabalho.

Projecto Vidas e Obras Entrevista: Pedro Marques Correcção: Fátima Simões

06 de Janeiro de 2017

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